quinta-feira, 31 de março de 2011

CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO

No último dia vinte e cinco de março de 2011 o Prof. MS. Max G. Haetinger realizou no salão de atos da URI Frederico Westphalen uma palestra, onde norteou alguns princípios para a nova escola.
 Logo de início ele nos arremete a uma famosa frase do filosofo Sêneca que diz assim: “Vento algum é favorável para quem não sabe aonde quer ir”.
Desta forma o prof. Max nos situa na história, de acordo com ele enquanto no século passado seria a informação a palavra chave. Devido ao escasso acesso a meios que permitissem que as pessoas estudassem, hoje vivemos uma inversão onde a informação se encontra em qualquer lugar. Temos um livre acesso, no principal meio que é a internet. Desta forma o que necessitamos hoje é de formação. O que nos permitiria trabalhar mais propriamente, o que nos capacitaria saber usar tudo isso que está a nossa volta para o crescimento e o desenvolvimento da pessoa humana.
Max acredita no olhar da curiosidade, este que está voltado para o futuro e para um mundo cada vez melhor. Uma que aprendemos por necessidade, sobrevivência ou por curiosidade, por isso que é natural do ser humano a curiosidade, desta forma estimá-lo é fundamental.
Descreve o professor como alguém que está disposto a dividir o conhecimento indiscriminadamente, alguém capaz de relacionar conhecimentos. Por que o professor não está em sala de aula para ser um juiz, mas para compartilhar. Assim cabe ao outro dizer se isso serve ou não para sua vida.  
Há vários desafios para o professor na atualidade e uma delas e saber trabalhar com as novas tecnologias, por que é a partir desta interatividade em sala de aula que o aluno vai se encontrar e sentir parte deste meio.
A interatividade é comunicação, com os inúmeros meio de comunicação ainda temos dificuldade de nos comunicarmos com nossos alunos, por que a comunicação é a matriz do ato de aprender. Segundo ele o presente deve ser porta para o passado e principalmente para o futuro.
Max enfatiza o pensar criativo que é à base da nova educação, através da vivencia e da ludicidade.
“É no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o seu eu” Winnicott (1975).
Max descreve o educador como alguém que está comprometido com o outro, que se sente responsável pelo outro.
Desta forma Max descreve algumas qualidades do educador:
1-      Ouvir – relação de conhecimento.
2-      Observador – lê observa o cotidiano.
3-      Ousa inova – faz diferente o que sempre faz, busca coisas novas, atualiza-se, resignifica as coisas, como Piaget do erro ao acerto. 
Diante destes aspectos finaliza dizendo que o professor é alguém que planeja, prepara-se, estuda, dedica sua vida ao conhecimento, por que planejar é avaliar o que pode ser melhor.      

quarta-feira, 23 de março de 2011

O MITO DA CAVERNA

Para entender o método usado por Platão, é necessário conhecer quem arquitetou, com seus pensamentos e características. Visando isso é apresentado o que segue:
A alegoria do mito da caverna foi interpretada sucessivamente como expediente utilizado por Platão para simbolizar a metafísica, a gnosiologia, a dialética e até mesmo a ética e a mística platônica, Platão coloca a importância da nossa vida que segundo ele, estamos numa concepção que não conseguimos ver a verdadeira luz no interior de nossa vida, onde estamos presos no mundo através da nossa posição em que estamos postos, “[...] de tal modo que não possam mudar de posição e tenham de olhar apenas para o fundo da caverna. [...]”. (REALE, 1990, p. 167). Para nós existe uma parede que está dividindo da verdadeira realidade que é o verdadeiro conhecimento.
Estamos presos em um mundo de escuridão que é a vida, a nossa frente existe um muro que nós esta separando da verdadeira luz do mundo sendo a idéia do bem, entendida como a causa do saber e da verdade. [...] “Entende que ela é a causa do saber e da verdade, na medida em que esta é conhecida, mas, sendo ambos assim belos, o saber e a verdade, terás razão de pensar que há algo de mais belo. [...]”( A REPUBLICA, 2002, p.206).
[...] “as sombras da caverna simbolizam as aparências sensíveis das coisas, as estatuas as próprias coisas sensíveis; o muro representa a linha divisória entre as coisas sensíveis e as supra-sensíveis; as coisas verdadeiras situadas do outro lado do muro são representações simbólicas do ser verdadeiro e das Idéias e o sol simboliza a Idéia do Bem.”[...]. (REALE, 1990, p.167). Segundo o Mito da Caverna estamos presos no mundo das sombras, estamos distantes das idéias verdadeiras, a realidade é que existe um muro com suas subdivisões.
Segundo Platão existe dois mundos: o sensível, e o mundo inteligível, o primeiro é constituído pelo mundo dos sentidos, da multiplicidade dos movimentos. No mundo inteligível é constituído pelo mundo das contemplações, onde as idéias são os principais que levam o homem para a mais alta perfeição, sendo a idéia do bem.
[...] “o mito simboliza os graus do conhecimento nas duas espécies em que ele se realiza e nos dois graus em que essas espécies se dividem: a visão das sombras simboliza a eikasia ou imaginação e a visão das estatuas representa pístis ou crença.” [...] (REALE, 1990, p.168).
O mito da caverna expressa a concepção da educação platônica. De fato Platão menciona uma redescoberta à educação, por parte daquele que liberta o conhecimento, cuja finalidade é ter uma educação que consiga ter um bom desenvolvimento do conhecimento.

quinta-feira, 17 de março de 2011

As Origens da filosofia

De uma postura geocêntrica onde a terra era o centro do universo em meio a controvérsias históricas da Idade Média passou para uma visão renascentista antropocêntrica em que o homem tomou seu trono e tornou-se sua própria majestade, mesmo diante dos séculos isso perdurou, no entanto isso o afigurou de tal forma que se perdeu e tenta encontrar seu sentido.
Muito se discute na filosofia o seu objeto de estudo o conhecimento humano, ou seja, mais especificamente como se chega a esse conhecimento. É comum ouvir o questionamento “Quem somos? De onde viemos? e para onde vamos?
Para responder, ou pelo menos se ter uma noção sobre esses questionamentos é preciso primeiro entender a si mesmo, ou melhor, se situar no espaço em que vive para então se ter uma noção da realidade que o cerca.
Pascal no que se refere ao homem afirma “o homem nada mais é do que um junco, o mais frágil da natureza, mas um junco pensante” e é justamente por pensar que o homem se faz conhecedor do mundo. Porém sendo possuidor de fraquezas corre o risco de transformar a arte de pensar em ideologia, isso acontece por assim dizer devido a certa necessidade de segurança, de poder, de construir seu espaço ou seu arranjo.
Para superar as ideologias e o que impede o homem de pensar o certo Arcângelo Buzzi em seu livro Introdução ao pensar: o ser, o conhecimento, a linguagem. Propõe através do que Sócrates chama de afeição pode se dizer seis métodos para um bom conhecimento filosófico.
O primeiro deles é a inquietação, essa que se faz presente no cotidiano das pessoas e que os impulsiona sempre o desejo de conhecer, buscar os segredos mais ofuscados.
Por conseguinte Buzzi lança em seu texto a palavra admiração, a admiração que todos os amantes do conhecimento devem ter para com todas as coisas existentes até mesmo as mais insignificantes.

“A admiração me parece a primeira de todas as paixões; a ela não tem oposto porque se o objeto que se apresenta não tem em si nada que nos surpreenda, nós não somos afeiçoados por ele e o consideramos desapaixonadamente” (Descartes. Passions de l’âme, II, 53).

Assim como as crianças que se admiram com pequenas coisas do dia-a-dia e não se cansam de fazer perguntas, pois também o homem não deve perder essa preciosa admiração que faz de certa forma nascer um senso crítico diante do conhecimento.
Num terceiro método Buzzi apresenta a angústia como forma de conhecer. Este conhecer que parte do conhecer-se e buscar a partir das boas posturas que elas se tornem a mais ética possível para a realização de um trabalho que promova a dignificação de todos.
Nos causa angústia sabermos que somos mera possibilidade de sermos, que nos causa dor e que somente através da angústia que nos faz buscarmos constantemente sermos melhores vai nos fazer ser, mesmo perante este mar de niilidade, ou melhor, de possibilidades que nos abre para a infinidade da possibilidade.
As incertezas devem nos conduzir ao desafio de lutarmos de acreditarmos que somos possibilidades e movemos ao diferente, a posturas que supram este medo conformista.
Outro ponto que nos aprisiona ou acompanha é o medo, que como um deus segue constantemente nossos passos. Somos como que comandados por esse medo, que nos faz buscar sempre mais as coisas que parece suprir nossas necessidades. Como a riqueza, a força, os pactos de solidariedade, a confiança num ser superior para nos defender e fugir do que nos ameaça.
O medo nos induz a transformar as coisas em meios que nos socorram, sendo que o grande meio é o mundo, onde buscamos a proteção, a proteção contra todas as ameaças.
“O medo é o nosso rei e ninguém escapa do seu domínio.” Jean Marot
O último método apresentado por Buzzi é a coragem. Que nos faz superar qualquer dificuldade e barreira. Mas sabe-se que a coragem não esta intimamente no êxito, na vitória nem no vencimento do que nos aflige. Está em nós como sentido do possível. Devemos nos enfrentar, superar nossos próprios limites de covardia e ser audaciosos. Para isso devemos nos treinar. E sermos como um galo de madeira, que consegue vencer e mudar até o que parece imutável. Como podemos ver no poema atribuído a Chuang Tzu, filosofo taoísta do século II a.C.
“Chi Hsing Tzu era treinador de galos de briga
Para o Rei Hsuan.
Estava treinando uma bela ave..
Sempre perguntava o Rei se a ave
Estava Pronta para a briga.
‘Ainda não’, dizia o treinador.
‘Ele é fogoso.
É pronto para atiçar briga.
Com qualquer ave. É vaidoso e confiante
Na sua própria força.’
Depois de dez dias, respondeu novamente:
‘Ainda não.’ Eriça-se todo
Quando ouve outra ave grasnar.
Depois de mais dez dias:
‘Ainda não. Ainda está
Com aquele ar irado
E eriça as penas.’
Depois de dez dias
Disse o treinador: ‘Agora ele está quase pronto.
Quando outra ave grasna, seu olho
Nem mesmo pisca.
Fica imóvel
Como um galo de madeira.
É um brigador amadurecido.
Outras aves olharão para ele de relance
E fugirão.” ( A via de Chuang Tzu, op., p. 142-143).