segunda-feira, 18 de abril de 2011

Arthur Schopenhauer

Arthur Schopenhauer nasceu em Frankfurt na Alemanha a 22 e fevereiro de 1788. Seu pensamento é caracterizado por não se encaixar em nenhum dos grandes sistemas de sua época. Esse filosófo vê a existência humana como sofrimento, ou seja, viver é sofrer, uma vez que, estamos em constante porcesso de conhecimento que nos aproxima da lucidez. Contudo ao memso tempo nos aproxima do sofrimento, porque quanto mais se conhece mais, mais se tem consciência dessa condição humana de sofrimento.
Schopenhauer propõe um caminho para se libertar desse sofrimento que não se dá por meio da razão, mas por meio da negação da vontade, essa que pode ser nagada pela apreciação da arte, ou seja, da estética e da ética. Essa apreciação permite ao homem viver momentos livres da vontade que o prende. O sujeito é que conhece os fenômenos e a si externamente, porém ao contrário de Kant o homem pode conhecer a essência que para ele é a vontade; essa que é o princípio de tudo e consequentemente a origem dos males, egoísmo, conflito e outros, mas por outro lado é ao mesmo tempo esse desejo, essa vontade que é o impulso da vida, que a faz se conservar. Para Schopenhauer saciar essa vontade leva ao tédio.
Afirma ainda que o mundo só é conhecido em sua aparência, fenômeno; ele é representação da consciência, existe o mundo como ele é e como o conhecemos.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Chega de educação progressista

Segue a reflexão do fillósofo e jornalista Eduardo Nunes, publicado no Jornal Zero Hora 03-04-2011.
Eduardo Nunes*
Fala-se e escreve-se, o tempo todo e em toda parte, que o Brasil está em vias de se tornar uma das potências dominantes do cenário global – mas tais previsões costumam vir acompanhadas de uma condicional: se quisermos chegar lá, teremos de investir em educação.

É aqui que o leitor se pergunta: mas já não estamos investindo em educação? Para onde vão os 25% do orçamento que todo gestor público tem a obrigação legal de destinar a essa área?

Depois de passar sete anos acompanhando, como professor, o cotidiano da escola pública, posso afirmar que o principal problema do nosso ensino não é falta de verbas, mas falta de rumo. E ouso levantar uma questão que tem sido pouco discutida: a educação brasileira só é tão ruim por ser “boa demais”, pelo menos no papel.

Se tomarmos os textos das leis que norteiam o ensino no país ou os regimentos das secretarias municipais e estaduais de Educação, se lermos as ementas das disciplinas dos cursos de Pedagogia ou se ouvirmos o que é debatido em seminários de educadores, choraremos de emoção e teremos a sensação de que nossas escolas são o melhor dos mundos.

Tais textos, geralmente redigidos em prosa poética, estão repletos de belas expressões como “inclusão”, “gestão democrática”, “construção do conhecimento”, “leitura da realidade”, “libertação dos oprimidos”, “formação do ser humano integral”. Os arautos da corrente que hoje domina a intelligentsia educacional brasileira, e que chamam a si mesmos de “progressistas”, defendem esses princípios com fervor quase religioso e travam uma luta de vida e morte contra o paradigma anterior, que rotulam como “educação tradicional”.

A educação tradicional, aquela em que a maioria dos brasileiros com mais de 25 anos foi alfabetizada, foi demonizada. “Tradicional” tornou-se um xingamento. Ao assumir o comando dos órgãos que cuidam da educação no país, lá pelo fim da década de 80, os novos timoneiros identificaram o paradigma então vigente com o autoritarismo da ditadura e trataram de exorcizar as escolas das práticas tidas como “tradicionais” e “autoritárias”: a transmissão de conhecimento de um professor que sabe para um aluno que não sabe, a reprovação dos alunos que não aprendem, a memorização pela repetição, o bê-á-bá, a exaltação dos que tiram boas notas.

Desde então, evita-se ao máximo reprovar, pois isso “traumatiza” o aluno. A repetição da tabuada e os ditados para fixar a grafia das palavras também são evitados, pois “deformam a consciência”. Os currículos escolares foram permeados de atividades lúdicas e recreativas, destinadas a estimular a aceitação e a “inclusão”.
O resultado, duas décadas depois, é que milhões de analfabetos funcionais saem das escolas públicas, todos os anos, com certificados de conclusão embaixo do braço. No seu afã de conscientizar e libertar os oprimidos, a educação progressista os condenou à escravidão da falta de qualificação. Vivendo num mundo de faz de conta onde a interação social é mais importante que o conteúdo, os “libertadores” não percebem que a verdadeira libertação é ter condições de ser selecionado para um bom emprego, de ser aprovado no vestibular, de passar em um concurso público, e isso é negado à maioria dos alunos das escolas públicas.

O avanço de que necessitamos para abraçar o nosso destino de potência global se assemelha mais, por paradoxal que seja, a um retrocesso, uma volta ao tempo em que o conhecimento era medido e aplicado, os professores eram respeitados e valorizados e os alunos só eram aprovados se aprendessem.
*Filósofo e jornalista