sexta-feira, 13 de maio de 2011

FRIEDRICH NIETZSCHE
Uma Filosofia “a golpes de martelo”
Nietzsche (1844-1900) nasceu em Rocken, uma localidade da Alemanha atual. Filho de um culto pastor protestante possuía um gênio brilhante, tendo estudado grego, latim, teologia e filosofia. A partir da leitura de O mundo como verdade e representação, de Schopenhauer, sentiu-se profundamente atraído pelas reflexões filosóficas.
Realizou uma crítica radical e impiedosa à tradição filosófica e aos valores fundamentais da civilização ocidental, construindo um pensamento diferente e original, “a golpes de martelo”. Exerceu grande influência sobre os pensadores das filosofias da existência, sendo por isso, considerado às vezes um filósofo pré-existencialista.
·         Apolíneo e dionisíaco
Em sua obra, Nietzsche critica a tradição da filosofia ocidental a partir de Sócrates, a quem acusa de ter negado a intuição criadora da filosofia anterior, pré-socrática.
Nessa análise, o filosofo Alemão estabelece a distinção entre dois princípios: o Apolíneo e o Dionisíaco, a partir, respectivamente, dos deuses Gregos Apolo (deus da razão, da clareza e da ordem) e Dionísio (deus da aventura, da música, da fantasia e da desordem).
Para Nietzsche, esses dois princípios ou dimensões complementares da realidade foram separados na Grécia socrática, que, optando pelo culto à razão, secou a seiva criadora da filosofia, contida na dimensão dionisíaca.
·        Genealogia da moral
Posteriormente, Nietzsche desenvolveu uma crítica intensa dos valores morais, propondo uma nova abordagem: a genealogia da moral, isto é, o estudo da formação histórica dos valores morais.
Sua conclusão foi de que não existem as noções absolutas de bem e de mal. Para ele, as concepções morais são elaboradas pelos homens, a partir dos interesses humanos. Ou seja, são produtos histórico-culturais. No entanto as religiões, como o judaísmo e o cristianismo, impõem esses valores humanos como se fossem produtos da vontade de Deus.
Para o filosofo, grande parte das pessoas acomodam-se a uma “moral de rebanho”, baseada na submissão irrefletida dos valores dominantes da civilização cristã e burguesa.
Assim, se compreendermos que os valores presentes em nossas vidas são construções humanas, se questionarmos o valor dos valores, estamos no dever de refletir sobre nossas concepções morais e enfrentar o desafio de viver por nossa própria conta e risco.
·         Niilismo
Segundo a análise de Nietzsche, no momento em que o cristianismo deixou de ser a “única verdade” para se tornar uma das interpretações possíveis do mundo, toda a civilização ocidental seus valores absolutos também foram postos em xeque. Nesse contexto, ocorre uma escalada do niilismo, que “deve ser entendido como um sentimento opressivo e difuso, próprio às fases agudas de ocaso de uma cultura. O niilismo seria a expressão afetiva e intelectual da decadência” (GIACOIA Jr, Nietzsche, p. 64-65).
O niilismo moderno apontado por Nietzsche assenta-se, em grande parte, na ideia da morte de Deus. Em sua obra Gaia Ciência, o filosofo decreta que “Deus está morto”, mas esclarece que quem o matou fomos nós mesmos, ou seja, trata-se de um acontecimento cultural. Desse modo, teríamos destruído os fundamentos transcendentais (assentados em Deus) dos valores mais caros de nossas vidas.
“Ouse conquistar a si mesmo” talvez seja a grande indicação nietzschiana àqueles que buscam viver a “liberdade da razão”, sem conformismo, resignação ou submissão.

Curiosidades
  • Nietzsche é o pensador mais citado durante os espirros.
  • Nietzsche é o filósofo com maior número de consoantes consecutivas no nome, desbancando pensadores russos, holandeses e até mesmo húngaros.
  • Nietzsche é o pensador que mais as pessoas erram o nome, desde Niti até Nite passando por Nitchê, que é a versão gauchesca do nome.
  • A investidura acadêmica de Nietzsche começou com uma brincadeira com Arthur Schopenhauer. Ambos disputavam quem conseguia ser mais louco e confundir a mente das pessoas. Schopenhauer deixou o cabelo wolverine e Nietzsche o bigode andorinha, Schopenhauer provou que o póstumo era ele.

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